Vacina Contra Demência: Estudo Revela Redução no Risco da Doença

Por Gertrud U. Rey – 1º de maio de 2025
Traduzido e adaptado por ChatGPT

A vacina contra demência pode estar mais próxima da realidade do que imaginamos. Embora originalmente desenvolvida para prevenir o herpes-zóster (cobreiro), um novo estudo sugere que a vacina Zostavax também pode reduzir significativamente o risco de demência.


Um Estudo Inovador

Pesquisadores de uma colaboração multinacional analisaram registros eletrônicos de saúde do País de Gales para investigar se a vacina Zostavax, usada contra herpes-zóster, também pode funcionar como vacina contra demência em idosos. Eles aplicaram uma técnica estatística chamada análise de descontinuidade de regressão, que estima os efeitos causais de uma intervenção ao comparar os resultados de indivíduos situados logo acima e abaixo de um ponto de corte definido — neste caso, uma data: 2 de setembro de 1933.

Durante a campanha de vacinação, pessoas nascidas após essa data puderam receber a vacina; as nascidas antes, não. Como os nascidos em datas tão próximas tendem a ser similares em muitos aspectos — exceto pela diferença na elegibilidade à vacina —, essa abordagem reduz significativamente os fatores de confusão. Assim, o estudo formou dois grupos comparáveis: um com maior chance de ter sido vacinado, outro com baixa ou nenhuma chance.

Cerca de 47% dos participantes elegíveis foram de fato vacinados, enquanto a maioria dos inelegíveis não foi.


Resultados Promissores da Vacina Contra Demência

Foram analisados dados de 282.541 pessoas nascidas antes ou depois da data-limite. Os resultados mostraram que os vacinados tinham menor risco de desenvolver herpes-zóster e também de desenvolver demência ao longo de um período de 7 anos. Especificamente, quem foi vacinado com Zostavax teve uma redução de 20% na probabilidade de ser diagnosticado com demência nesse intervalo.

Esse efeito protetor foi mais forte em mulheres, mas isso pode não estar relacionado diretamente ao gênero, já que as mulheres têm, em geral, o dobro do risco de desenvolver demência em relação aos homens.


Como a Vacina Pode Prevenir a Demência?

Os autores sugerem que o vírus VZV, quando reativado, pode causar neuroinflamação e outros danos cerebrais que afetam a cognição. Assim, impedir a reativação do vírus — seja com vacina ou tratamento antiviral — pode reduzir o risco de demência.

O estudo também observou que pessoas que tiveram episódios de herpes-zóster, mas foram tratadas com antivirais, apresentaram menor risco de demência do que aquelas que não foram tratadas. Além disso, quem teve vários episódios da doença apresentou risco mais elevado de desenvolver demência, sugerindo que reativações repetidas aumentam significativamente esse risco.


E a Nova Vacina Shingrix?

Nos Estados Unidos, a vacina Zostavax foi substituída por uma versão mais moderna e eficaz: a Shingrix. Seria interessante descobrir se ela também age como vacina contra demência.

Zostavax é uma vacina de vírus vivo atenuado, enquanto Shingrix utiliza apenas uma proteína viral como antígeno. Considerando que Shingrix é mais eficaz contra o VZV, existe a possibilidade de que ela seja ainda mais protetora contra a demência.


Conclusão

A relação entre infecções por herpesvírus e o surgimento da demência já é conhecida. No entanto, este novo estudo oferece a evidência mais forte até agora de que a reativação de um herpesvírus pode causar demência. E mais: sugere uma intervenção simples e acessível, com potencial para ser mais eficaz e barata que os tratamentos atuais.

Como próximo passo, ensaios clínicos com a vacina Shingrix devem ser conduzidos para avaliar sua eficácia na prevenção ou retardamento da demência.

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